O Presidente da Comissão: “Quando Roberto Carlos cantava
‘Como Dois e Dois São Cinco’, já se mostrava um artista
com visão ímpar. Que, com a Reforma, passará a visão par.”
A CPUM – Comissão de Países Utilizadores da Matemática, que exclui os Estados Unidos (vender subprimes com aqueles juros revela total desconhecimento de ciências exatas) e várias nações da África Meridional (cujos índices de inflação já superaram o âmbito matemático e adentraram o metafísico), aprovou o acordo para a Reforma Aritmética, que entrará em vigor daqui a um mês. Ou não; vai depender se o mês continuará com quatro semanas. A seguir, os dispositivos mais importantes do acordo:
- 2 vira 3 e 3 vira 4 – o que solucionará enigmas até então insolúveis no campo da música e da literatura, como O Trio Elétrico de Dodô e Osmar e Os Três Mosqueteiros: Porthos, Athos, Aramis e D’Artagnan.
- Cai o sinal de – desta forma, o que até então era um número “menor” passará a ser considerado “número valorativamente prejudicado”. O mesmo para o termo MMC, que passa a ser designado como “Múltiplo Comum Desprovido Quantitativamente”.
- Os Noves Fora passarão a ficar dentro – fazendo valer o preceito da “inclusão dos dígitos”, tão caro à Nova Ordem Mundial.
- Cai a expressão Zero à Esquerda – uma vez que, com o redimensionamento global do confronto das ideologias sócio-econômicas, “esquerda” e “direita” são termos que há muito perderam o sentido. Ainda não se decidiu se “Zero Favorável à Presença do Estado na Economia” será aceito.
- O sinal de menos passa a aparecer menos – já que este era uma outra aplicação do hífen, praticamente extinto pelo Acordo Ortográfico, o sinal passa a aparecer também só em casos especiais, como no quadro demonstrativo das ações da Bovespa.
- O X deixa de ser o xis da questão – para evitar o acúmulo de empregos, num exemplo de austeridade no trato da coisa pública, o X deixará de aparecer como incógnita em equações e se restringirá à condição de sinal de multiplicação. Qual letra o substituirá no outro emprego ainda é uma incógnita.
- Os algarismos arábicos reconhecerão a existência de Israel – assim como os algarismos romanos passarão a aceitar o aborto e o casamento de números primos.
- A Dízima Periódica passará a ter só duas casas – assim como Michael Jackson e Madonna, a pop star da matemática deverá se desfazer da maior parte de suas residências em função da crise mundial. E, fundamentalmente, do imposto de renda.
Para 2014, estão previstas a Reforma Geográfica, para sumir com o Paraguai do mapa, e a Reforma Pornográfica, onde as revistas passarão a exibir o pôster central na capa e a entrevista no pôster central.
postado originalmente por Nelson Moraes em seu blog Ao Mirante Nelson em 02/03/2009
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