Como previ, o presidente da Bolívia, Evo Morales, deu uma verdadeira surra eleitoral em seus adversários e mesmo os governadores de oposição que conseguiram manter seus cargos, tiveram votação bem inferior à vitória que conseguiram nos plebiscitos sobre “autonomia departamental” que ocorreram em maio e junho deste ano.
Evo Morales, que se elegeu em 2005 com 53% dos votos, agora obteve 63%
O governador oposicionista de Santa Cruz de
O governador oposicionista de Tarija, Mario Cossio, que em junho teria vencido o referendo pró autonomia com 80% dos votos, obteve agora 64,5%.
O governador também oposicionista de Pando, Leopoldo Fernandes, que em junho teria conseguido aprovar sua proposta de “autonomia” por margem de 80%, obteve ontem 56,3% dos votos.
Ernesto Suárez, governador de oposição de Beni, que teria obtido 80% em junho, dois meses depois manteve o cargo com apenas 61,2% dos votos.
As diferenças entre as vitórias de agora dos governadores de oposição que mantiveram seus mandatos e as vitórias que conseguiram em maio e junho, são enormes e revelam as fraudes escandalosas nos tais plebiscitos autonômicos.
Além disso, a oposição perdeu dois governadores.
Já Evo Morales provou que, ao contrário do que deram a entender as vitórias oposicionistas em maio e junho, ou seja, que o presidente estaria perdendo apoio popular, mostrou que sua popularidade aumentou de forma expressiva.
Governadores de oposição como o de Cochabamba, Manfred Reyes Villa, que defendia o referendo revogatório, agora diz que não aceitará o resultado e que “o povo” irá apóia-lo, o mesmo povo que ontem votou por destituí-lo por mais de 60% dos votos.
O referendo revogatório foi um golpe de mestre de Evo Morales. Os plebiscitos pró autonomia que ocorreram recentemente insinuavam uma derrocada da popularidade de Evo quando, na verdade, ele vem ganhando terreno no país.
Curiosamente, os governadores de oposição que não foram revogados estão dizendo que o governo Morales teria, ele sim, sido revogado. É como se algum Estado onde Lula perdeu em 2006 achasse que ali o presidente não teria poderes.
Como escrevi aqui em maio, quando estive na Bolívia, a oposição direitista e racista do país perdeu totalmente a noção do que é democracia. Vem inventando “regras” de convivência democrática que não existem em parte nenhuma.
Contudo, conforme diziam os analistas independentes, uma vitória por mais de 60%, como a que Evo obteve ontem retira o discurso da oposição e revela que, a exemplo de outros países latino-americanos em que governos de esquerda vêm ganhando popularidade, o governo da Bolívia se fortalece a cada dia que passa.
Escrito por Eduardo Guimarães às 11h17
texto e desenho indiscretamente surrupiados do blog Cidadania.com
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